Identidade

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Roubo de identidade está constantemente nas notícias. Se você estiver em mídia social, você sabe que as identidades de pessoas estão sendo roubadas regularmente. Quantos de nós têm recebido um pedido de amizade de alguém que já era nosso amigo? Ao mesmo tempo, há produtos sendo vendidos a nós para fornecer proteção de identidade. Temos sistemas em aeroportos como o “Clear” que nos identifica com uma leitura da íris. Estamos vivendo em um dia e época onde há muita preocupação sobre proteção de identidade e, ainda assim, podemos falhar em ver que temos um inimigo que está solto para roubar a nossa identidade todos os dias.

Você e eu somos pessoas que têm recebido um dom incrível. Deus, o Pai, enviou seu Filho em carne humana para restaurar a identidade que foi perdida por Adão e Eva no Jardim do Éden. Entretanto, Deus está nos oferecendo restauração de identidade—sem custo.

E como era a nossa identidade original?

A intenção de Deus é que você e eu possamos ser aceitos na família de Deus como filhos do Rei. A nossa identidade restaurada é que somos filhos de Deus. Inteireza ou restauração vem através da inteira santificação.

A tentação de Jesus no deserto nos mostra uma perspectiva interessante. Um exame cuidadoso da passagem de Mateus 4:1-11 revela três cenários de tentação onde o inimigo está desafiando Jesus no ponto de Sua identidade.

As primeiras duas tentações começam com: “Se você é o Filho de Deus”. O diabo faz isso, porque ele está no negócio de roubo de identidade—sabendo que se ele conseguir roubar a identidade de Cristo dEle, não há esperança para nenhum de nós.

Primeiro, cobra de Jesus: “Se você é o Filho de Deus, ordene que essas pedras se transformem em pão”. Há algo de sedutor nessa tentação, porque o inimigo quer seduzir Jesus para desistir de Sua identidade miraculosamente provendo para Ele mesmo. À primeira vista, não parece uma perda de identidade, porque, certamente, o Filho de Deus deveria conseguir transformar pedras em pão. Entretanto, o inimigo está sugerindo que Jesus não precisa viver na dependência do Pai, mas Ele pode ser autossuficiente. É a identidade de Jesus como Filho que está em risco aqui. Se Jesus é o Filho de Deus, então Ele não precisa tirar o poder ou a autoridade do Pai e, ao invés disso, Ele descansa na Sua dependência do Pai, pois essa é a Sua identidade.

Nessa experiência de Jesus no deserto, descobrimos paralelos com a peregrinação dos israelitas no deserto. Os israelitas tinham vivido anos como escravos no Egito, mas Deus estava reivindicando-os como Seus e libertando-os. Essa foi uma jornada para a liberdade que os levou, sob a liderança de Moisés, para o deserto. Em sua jornada pelo deserto, eles também foram tentados em relação à sua identidade. Se eles realmente acreditavam que eles eram o povo de Deus, então eles poderiam viver em completa dependência de Deus.

O tentador tenta seduzir Jesus para miraculosamente prover para Ele e, portanto, ser infiel à sua identidade como Filho de Deus. No deserto, os israelitas aprenderam que Deus proveria o maná para eles diariamente. Se Jesus vive sua identidade como Filho de Deus, então Ele não precisa prover para Ele mesmo.

O inimigo não está satisfeito com a tentativa de roubar a identidade dos israelitas, ou a de Jesus—ele está atrás de nós também. A última coisa que ele gostaria que fizéssemos é viver nossa identidade como filhos de Deus com todos os direitos, poder e autoridade que são oferecidos a nós como resultado de nossa identidade. Então, ele vem para sussurrar para nós: “Você não precisa de Deus para te sustentar—veja o que você pode realizar por você mesmo”. O inimigo usa as suas táticas tradicionais encontradas no Jardim do Éden, nos tentando, ao dizer: “se você simplesmente [preencha seu próprio espaço], eu vou fazer você acreditar que você pode fazer tudo por você mesmo ou através de seu próprio poder”.

Essa é a grande mentira—fazer com que acreditemos que temos todo o poder e que não precisamos depender de Deus. Até Jesus percebeu que se Ele levasse as coisas nas suas próprias mãos, Ele perderia Sua identidade como Filho de Deus, então Ele resistiu, até ao ponto da morte.

Quando alcançamos e abraçamos uma identidade que nos foi entregue pelo inimigo, ficamos agarrados a um bezerro de ouro, enquanto vemos nossa verdadeira identidade em Cristo desaparecer. Finalmente, o inimigo zombará de nós ao descobrir que estamos sendo mantidos reféns da identidade que trocamos pelo que Deus já havia nos dado.

Alguns de nós investimos em Lifelock, Identity Guard, ou Escudo de ID, pelos quais podemos estar pagando $29,95 dólares por mês. Entretanto, esses podem não ser os lugares onde somos mais vulneráveis. Que tal protegermos nossa identidade espiritual?

Jesus permaneceu vitorioso sobre a tentação para encontrar Sua identidade em coisas terrenas; como resultado, Ele conseguiu manter Sua identidade como Filho de Deus. Ele está nos oferecendo o que é muito melhor que qualquer coisa que podemos achar na Internet. Paradoxalmente, este é um presente que não nos custa nada e, ao mesmo tempo, nos custa tudo. Temos que abrir mão de todas as identidades que podemos ter permitido se tornarem principais em nossas vidas, e submetê-las à nossa identidade como um filho do Rei. É assim que nos tornamos o povo santo de Deus, cheios do Espírito e vivendo como reflexos de Jesus Cristo.

Carla Sunberg é uma superintendente geral na Igreja do Nazareno. Esse artigo é uma adaptação do livro Color: God’s Intention for Diversity por Daniel A.K.L. Gomis e Carla Sunberg. Usado com permissão pela Publicadora The Foundry.

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